- Amanhã não, amor. Escolhe um agora...
- Não.
- Amor!!! Por favor, vaaai?!?
- Tá legal! (...) Ninon, pronto!
- Ninon, Maurício?
- É, por que não?
- Ninon parece nome de prostituta, amor, não serve como apelido carinhoso.
- Como não, Fabi? Imagina você na cozinha: está lá, preparando o jantar, aí eu chego bem juntinho do seu ouvido e digo: Ninoôon, meu benzinho!".
- Então aproveita e põe uma placa na entrada dizendo: cobro por hora mas te levo ao céu em seis minutos!
- Fabi, É carinhoso.
- Não É um apelido íntimo, carinhoso, Maurício. Apelido íntimo e carinhoso é aquele que no meio de uma discussão na frente dos nossos amigos, você sabe que vai quebrar a minha guarda e perdoar o que quer que você tenha feito - e você sempre faz. Agora, Ninon? Ninon faz parecer "Gente, vambora que eles vão se pegar em cima da mesa mesmo!".
- E isso não é legal?
- (...) Não, isso não é legal, Maurício.
- E por que não?
- Affff! Porque eu tô dizendo, Maurício.
- Engraçado como essa resposta é flexível, ela serve prá tudo!
- Chega, Maurício. O escritor aqui é você, então não quero saber, eu só quero um apelido íntimo, carinhoso e BOM, que nem o seu.
- Mas Fabi, eu sou TICO desde que me conheço por gente e nem lembro quem me chamou assim primeiro.
- Mas é ótimo: TI-CO. Curto, carinhoso. Seu...
- Sua boba... E eu por acaso vou te amar menos se você não tiver um apelido?
- Eu sei que não, mas eu quero um prá gente.
- E o que tem de errado com Fabi?
- Mas todo mundo me chama assim. Fabiana eu só viro mesmo quando levo bronca.
- Que tal Ana?
- Ana? Ana por quê?
- Ué, é o restante de Fabi.
- Não, eu não quero apelido de sobra, ainda por cima que me deixa com cara de outra pessoa.
- Então?, a minha Ana, a que para os outros é Fabi.
- Nananinanão. Vai pensando aí, sozinho, sem pressão, mas só me volte aqui com um belo dum apelido.
- Fabi, são duas horas da manhã, eu tô com sono e preciso dormir.
- Então aproveita que o sofá da sala é novo e vai amaciando enquanto pensa em alguma coisa. Toma o lençol, o travesseirinho e BOA NOITE!
- Fabi. (...) ABRE A PORTA, Fabi.
- Primeiro diga a senha.
- Que senha, Fabi? FABIANA! Fabiana, ABRE A PORTA!
- Humm, a cama tá tããããão macia...
- Fabi!
- Eu tô tirando a camisolinha..
- FABIANA!?!!! (...) BIBI, BIBIANA, FABINHA, FAFÁ, BIANA, BINA, FABETE, FANINHA, BIBINHA, FABINHA, NANA, BIANINHA, BININHA...
- Calma aí, caramba! Repete aquele?
- Qual, Fabi???
- Aquele, eu gostei.
- Seja mais específica, Fabiana, eu tô trancado de cueca do lado de fora do MEU quarto!
- E assim mais próximo do sofá da sala!
- FAFA?? BIBI??? FABINHA? Não. (...) Droga. (...) Nana??
- Esse amor, adorei!!! (...) Entra.
- Aleluia!!! Tá feliz?
- Muito!
- Posso dormir agora?
- Claro que pode! (...) Amor?
- O que é, NANA?
- Ai, que fofo! Não, era só isso.
- Agora dorme.
- Tá bom. Boa noite, vida.
- Tá, tá!
...
- Fabi?
- Oi?
- (...) Eu te amo. (...) Mas você é louca.
- Também te amo, vida. Agora, me deixa dormir que eu tô morrendo de sono...
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