quarta-feira, fevereiro 07, 2007
CINEMA e MÚSICA | OLHANDO PARA FORA
Eu sou péssima para guardar nomes de música. E não pergunte sobre uma se estiver ouvindo outra, meu cérebro simplesmente não funciona. A facilidade que tenho para lembrar de atores e filmes não alcança o campo musical, o que é uma pena.

Mas cinema e música para mim são estritamente ligados, e de uma forma bem pessoal. E é o cinema (ou a TV) que tem alimentado minha paixão pela música.

Muitaz vezes o filme não é daqueles tops de uma lista com filmes imperdíveis mas, embalado por uma boa trilha, as cenas sempre me voltam ao pensamento.

Foi assistindo ao "A assassina" [Wild is the wind | I want a little sugar in my bowl | Feelilng good | Here comes the sun | Black is the color of my tru love's hair], que aprendi a amar Nina Simone. Ao ouvi-la novamente em "The Thomas Crown Affair" [Sinnerman], já me sentia em casa.

"Never been kissed" me fez reencontrar um antigo amor: Morrissey e The Smiths [Please, please, please, let me get what i want], além de me fazer gostar de Cardigans [Erase/Rewind] ao menos um pouquinho. O filme conta ainda, entre muitas outras canções, com Beach Boys [Don't worry baby], e John Lennon [Watching the wheels].

Lennon e Watching the wheels também estão na trilha de "Wonder Boys" e, Morrissey que me desculpe, mas aqui moram paixões ainda mais antigas: Leonard Cohen [Waiting for the miracle], Van Morrison [Philosophers stone], Neil Young [Old Man] e Bob Dylan [Thing have changed | Shooting star | Not dark yet | Buckets of rain]. Dylan pela primeira levou Oscar e Globo de Ouro, o que não é nada, perto da longa e deliciosa lista de outros hits seus, como a de "Identity" [I want you] . Quem canta a música é Amanda Peet, é verdade, mas eu sempre fico cantando junto:

"I want you,
I want you
I want you so bad.
Honey, i want you...
"


Já a música tema de um filme que mais mexe comigo é a do Superman.
Por ter gosto de sessão infantil do Iporanga no domingo, copo de coca-cola, balinhas coloridas, pai, irmã, eu pequena na cadeira grande, aquele lugar escuro, mágico, um reino só meu...

Outras foram ganhando seu espaço, mas essa é a melhor. Ao menos, a minha melhor.

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Recentemente a TV também me brinda com boa música, artistas veteranos que eu não conhecia mas que passei a admirar, pesquisar trabalho, vida. Minha maior fonte de "novas músicas" é a série "House M.D.". Ele é ranzina, é intratável, mas um excelente diagnosticador e com um maravilhoso gosto para música.

Seja para as escolhidas para pontuar somente as passagens, seja pelas que organicamente estão em cena, sempre me surpreendo:

Taj Mahal [Honky tonk women], mais conhecida com os Stones.
Elvis Costello [Beautiful], da Christina Aguilera (a dela é boa, mas a dele é melhor).
Al Green [Love and happiness].
Amos Lee e Norah Jones [Colors].
e
Solomon Burke [None of us are free]
Na primeira vez em que ouvi essa música, na série, chorei. Não lembro bem a situação, mas a força da letra, a voz de Solomon, o rei do rock e do soul como ele mesmo diz, me deixaram mexida.
Também gosto das versões com Lynyrd Skynyrd e Ray Charles (a do Ray no início parece trilha para filme de ação B, mas é ótima).

"
None of us are free
None of us are free
None of us are free
if one of us is chained
None of us are free
"

Solomon é um grande cantor de soul music, dono de uma voz fantástica e o autor de Can't get you off my mind, canção que Rob Fleming, o personagem de Nick Hornby, elege como a melhor que já ouviu em sua vida.

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Não tenho como separar, para mim estão ligados nesse nível de intimidade. Sempre ao ouvir as músicas remonto as tramas em minha cabeça, lembro um instante profundo e triste, um alívio cômico, um momento sensual. Mas sempre gerando imagens, o que acho que acabei levando para a literatura e pros contos.

Tomara que seja esse um fator positivo.



Essas são algumas das músicas
que andam pela minha cabeça -
mas as estrangeiras, olhando para fora.
Logo logo posto as que, olhando para dentro,
também mexem comigo.

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postado por Aleksandra Pereira às 4:18 PM |


5 Comentários:


At quinta-feira, fevereiro 08, 2007 12:24:00 PM, Anonymous Anônimo 

Ai, ai, essa minha amiga tão refinada...
excelente gosto, Lelê.


beijoca

At quinta-feira, fevereiro 08, 2007 1:08:00 PM, Blogger Andréa 

Ai que delicia ficar falando de musica e filmes, e principalmente musica EM filmes. Muito bom conhecer um pouquinho mais os seus gostos e des-gostos, hehe. A trilha sonora do Superman e o Cine Iporanga, vixemaria, Alek, me fazem chorar ate hoje. Eu tinha o disco (alias, era meu irmao mais velho quem tinha o disco) e ficava ouvindo aquela trilha sonora sem parar. Varias noites sonhei que o Superhomem me levava pra voar. Ainda lembro desses sonhos. Que saudade... nao da pra nao chorar.

At quinta-feira, fevereiro 08, 2007 6:49:00 PM, Blogger Aleksandra Pereira 

Déa, sabe do que eu também lembrei ontem? Do Alhambra. Lá assisti aos Trapalhões, aos desenhos da Disney que não eram nem de perto parecidos com esses que vemos hoje, eram os desenhos da TV na tela grande.

Um dia, depois de muita farra, pegamos uma sessão de desenho dessas, e dormimos, meu pai, minha irmã e eu.


Época boa.

Beijo grande.

At sexta-feira, fevereiro 09, 2007 10:43:00 PM, Blogger Arnaldo Heredia Gomes 

Tenho olhado muito pouco pra fora ultimamente. Ultimamente não. Nos últimos anos. Acabei me ligando tanto à música Brasileira que acho que a última música estrangeira que me interessou foram o Beatles. Fora isso, só coisa muito mais velha (Cople Porter, Gershwin, Sinatra, etc).

Na verdade, o que tem me interessado em música estrangeira, ultimamente é o tango, mas música argentina, pra mim, já deixou de ser estrangeira.

Preciso olhar mais pra fora.

At sexta-feira, fevereiro 09, 2007 11:23:00 PM, Blogger Aleksandra Pereira 

Pois é, Arnaldo, mas faz tempo que também não olhava tanto para fora, a vontade voltou com o cinema.

Fiquei um bom período ouvindo as mesmas músicas, e diversificar tem sido uma experiência boa, tenho encontrado coisas novas e interessantes.

Outro que aprendi a gostar por causa do cinema foi Django Reinhardt, através do Woody Allen (que também sugere ótimas outras trilhas).

Também amo Porter, Gershwin, Sinatra e Beatles, e incluo aqui Ella Fitzgerald e Billie Holiday. São clássicas, deliciosas e excelentes referências.

E a minha lista de músicas nacionais quando postar aqui contará com referências mais antigas. Tenho apreciado pouca música nacional que considero boa. Geralmente só gosto dos artistas que já ouvia, como Caetano ou Chico, Antônio Nóbrega, Cordel, mas são raros os mais novos me surpreenderem (Espero que futuramente superem minhas expectativas).

Também gosto de tango. Já ouvi mais os clássicos, hoje avanço nos eletrônicos, como o som do Gotan Project.

Beijo grande,
e obrigada pela visita!



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