Mas cinema e música para mim são estritamente ligados, e de uma forma bem pessoal. E é o cinema (ou a TV) que tem alimentado minha paixão pela música.
Muitaz vezes o filme não é daqueles tops de uma lista com filmes imperdíveis mas, embalado por uma boa trilha, as cenas sempre me voltam ao pensamento.
Foi assistindo ao "A assassina" [Wild is the wind | I want a little sugar in my bowl | Feelilng good | Here comes the sun | Black is the color of my tru love's hair], que aprendi a amar Nina Simone. Ao ouvi-la novamente em "The Thomas Crown Affair" [Sinnerman], já me sentia em casa.
"Never been kissed" me fez reencontrar um antigo amor: Morrissey e The Smiths [Please, please, please, let me get what i want], além de me fazer gostar de Cardigans [Erase/Rewind] ao menos um pouquinho. O filme conta ainda, entre muitas outras canções, com Beach Boys [Don't worry baby], e John Lennon [Watching the wheels].
Lennon e Watching the wheels também estão na trilha de "Wonder Boys" e, Morrissey que me desculpe, mas aqui moram paixões ainda mais antigas: Leonard Cohen [Waiting for the miracle], Van Morrison [Philosophers stone], Neil Young [Old Man] e Bob Dylan [Thing have changed | Shooting star | Not dark yet | Buckets of rain]. Dylan pela primeira levou Oscar e Globo de Ouro, o que não é nada, perto da longa e deliciosa lista de outros hits seus, como a de "Identity" [I want you] . Quem canta a música é Amanda Peet, é verdade, mas eu sempre fico cantando junto:
"I want you,
I want you
I want you so bad.
Honey, i want you..."
Já a música tema de um filme que mais mexe comigo é a do Superman.
Por ter gosto de sessão infantil do Iporanga no domingo, copo de coca-cola, balinhas coloridas, pai, irmã, eu pequena na cadeira grande, aquele lugar escuro, mágico, um reino só meu...
Outras foram ganhando seu espaço, mas essa é a melhor. Ao menos, a minha melhor.
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Recentemente a TV também me brinda com boa música, artistas veteranos que eu não conhecia mas que passei a admirar, pesquisar trabalho, vida. Minha maior fonte de "novas músicas" é a série "House M.D.". Ele é ranzina, é intratável, mas um excelente diagnosticador e com um maravilhoso gosto para música.
Seja para as escolhidas para pontuar somente as passagens, seja pelas que organicamente estão em cena, sempre me surpreendo:
Taj Mahal [Honky tonk women], mais conhecida com os Stones.
Elvis Costello [Beautiful], da Christina Aguilera (a dela é boa, mas a dele é melhor).
Al Green [Love and happiness].
Amos Lee e Norah Jones [Colors].
e
Solomon Burke [None of us are free]
Na primeira vez em que ouvi essa música, na série, chorei. Não lembro bem a situação, mas a força da letra, a voz de Solomon, o rei do rock e do soul como ele mesmo diz, me deixaram mexida.
Também gosto das versões com Lynyrd Skynyrd e Ray Charles (a do Ray no início parece trilha para filme de ação B, mas é ótima).
"
None of us are free
None of us are free
None of us are free
if one of us is chained
None of us are free
"
Solomon é um grande cantor de soul music, dono de uma voz fantástica e o autor de Can't get you off my mind, canção que Rob Fleming, o personagem de Nick Hornby, elege como a melhor que já ouviu em sua vida.
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Não tenho como separar, para mim estão ligados nesse nível de intimidade. Sempre ao ouvir as músicas remonto as tramas em minha cabeça, lembro um instante profundo e triste, um alívio cômico, um momento sensual. Mas sempre gerando imagens, o que acho que acabei levando para a literatura e pros contos.
Tomara que seja esse um fator positivo.
que andam pela minha cabeça -
mas as estrangeiras, olhando para fora.
Logo logo posto as que, olhando para dentro,
também mexem comigo.
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