De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo.
A oeste a morte
Contra quem vivo
Do sul cativo
O oeste é meu norte.
Outros que contem
Passo por passo:
Eu morro ontem
Nasço amanhã
Ando onde há espaço:
- Meu tempo é quando.
Vinícius de Moraes nasceu no dia 19 de Outubro de 1913 no Rio de Janeiro, Brasil. Após a conclusão do curso de Direito, estreou-se com o livro "O Caminho para a Distância" em 1933. Com "Forma e Exegese", dois anos depois do primeiro livro, conquistou o Prémio Felipe de Oliveira. Em 1936 foi nomeado representante do MEC na Censura Cinematográfica, dormindo nas sessões e não censurando nada. Amigo de Manuel Bandeira e Drummond de Andrade, iniciou actividade de jornalista em 1941 no A Manhã e no Suplemento Literário. Em 1943 ingressou na carreira diplomática, vindo a servir nos EUA, na França e no Uruguai. Já na segunda metade da década de 1950, conheceu Antônio Carlos Jobim e João Gilberto, com os quais renovou a música popular brasileira através da Bossa Nova. Em 1959 ganhou a Palma de Ouro do Festival de Cannes e o Oscar de Hollywood com o filme Orfeu Negro, baseado na sua peça Orfeu da Conceição, como o melhor filme estrangeiro do ano. Passou a maior parte da sua vida participando artisticamente em shows, cinema, teatro, afirmando-se como o centro boémio de uma atitude de liberalização dos costumes. Morreu em 1980, na sua cidade natal, aos 67 anos. (in Vinícius de Moraes, Poesia, Agir, 1983)
[post inspirado após leitura no blog Insônia, de Henrique Fialho. Recomendo.]
Saudades. Como Stanislaw Ponte Preta um dia disse,
Vinícius não era um, era muitos:
"se fosse um só, seria Vinicio de Moral".
Vinícius não era um, era muitos:
"se fosse um só, seria Vinicio de Moral".
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