sexta-feira, maio 16, 2008
UM MICO E UMA ROUBADA
Os dois posts já passaram por aqui e em comentários em certas feitas. Estão de volta, relembrados, revividos, por que eu gosto muito de livros bons e o Marcus do "A GRANDE ABÓBORA" está presenteando com dois muito bons no seu aniversário de 5 anos.

O parabéns é para você, mas o presente é meu, hein?!?

Quem quiser escrever, posta seu Mico e linka pra lá que ainda dá tempo!


UM MICO

Pensei, pensei, e desencavei esse mico da época que tentei fazer faculdade de Relações Públicas aqui em Santos. Parei no segundo ano por descobrir que o curso não existia. Não sei como está hoje, mas na minha época eu não aprendia praticamente nada. O único professor com quem aprendi algo foi o Iberê Sirna. Acabei indo para São Paulo e me formei publicitária pela Cásper Líbero mas, antes disso, ainda aqui em Santos e na FACOS, o curso de jornalismo recebia para uma palestra o repórter Caco Barcellos. Eu era super fã dele, e me ofereci para auxiliar no evento, nem que fosse para ficar repondo copo descartável.

No dia do evento, uma das meninas-chave da coordenação não apareceu, e me deixaram no lugar dela. Minha função? Apresentar as instalações da faculdade para ele, fazer um resumo sobre o curso, blá, blá, blá.

Eu, ansiosa por demais. Imaginem, O Caco Barcellos, admirava o cara. Como nos desencontramos (o primeiro erro), comecei a apresentar as instalações de onde estávamos, do último andar, descendo para o primeiro. Lá ia eu, tremendo feito vara verde, o gajo educadíssimo e disfarçando não perceber meu interno mas quase transbordante transtorno, e aquela turba atrás de nós, como se todos fossem visitantes. Eu abria uma portinha, explicação básica, olhadela, fecha portinha, vamos para a próxima. Nesse meio tempo, ele me disse alguma coisa sobre um trabalho desenvolvido na época, eu toda saltitante, me sentindo a companheira de trabalho e praticamente trocando de curso naquele instante, vou abrindo sem aviso a porta do laboratório de rádio, conversando já intimamente com meu mais novo amigo de infância.

Daí olho um momento para todo mundo, incluindo umas duas professororas minhas, que congelam. Não tinha dado tempo dele entrar ainda para sua conferida rápida, o que foi a salvação, pois havia aberto a porta do bannheiro feminino. A companheira de equipe, trocando de roupa lá dentro, entregue pelo reflexo no encontro dos espelhos.

Presença de espírito instantânea, continuamos o passeio com uma multidão muda, praticamente um serviço religioso e profundo.

Nunca mais me chamaram para atuar em nenhum evento. Assim, sem motivo.



UMA ROUBADA

Um grande amigo, daqueles que ralam e muito em cada trabalho - e que hoje merecidamente coordena os programas brasileiros no Festival Internacional de Curtas de SP, me convocava sempre como diretora de produção para seus curtas.

Produzi três sob a direção dele, um com outro amigo, e ainda morro de saudades de nossas épocas de total falta de grana, mas de criatividade à mil.

Como diretora de produção do "Último dia", tive que correr atrás de muitas autorizações com a polícia, para podermos filmar nas ruas com tranqüilidade. Algumas cenas que seriam rodadas aconteceriam perto de meu antigo apartamento, na Vila Mariana, então entreguei a documentação do projeto para o Posto da Polícia da Sena Madureira, que me receberam muito educadamente. Autorizações entregues, agora correria para encontrar objetos de cena. O Sr. diretor William, sempre ele, me solicita um item bastante fácil de se encontrar por aí:

uma porta.

A porta que seria usada nas cenas do esconderijo da personagem da Laís.
Pois bem, lá vou eu atrás de uma porta que atendesse as solicitações. E não encontrava nada. Só que, perto de onde eu morava, na Sena Madureira mesmo, existia uma casa onde outrora funcionava uma escola de inglês, que estava vazia mas cheia de trecos na entrada. Passei na frente por acaso, e fiquei de voltar mais tarde.

Taí uma coisa que não deveria ter feito: voltar lá.

Pois é. Mas eu fiz. Deixei as coisas que trazia no caminho em casa, e voltei lá. Aqui sublinho: deixei TUDO em casa, inclusive documentos (crianças, nunca façam uma coisa dessas!), só levando minha chave. Estava lá eu, com minha camiseta da Mostra Internacional de Cinema, subindo as escadarias da casa que antes parecia tão inocente, agora me desperta receios. Olho para os lados, e só vejo pedaços de madeira, papelão e caixas para todos os lados. E nada de porta. Resolvo entrar mais na casa para observar seu interior, quando de repente começo a ouvir barulhos. E então pessoas, uns três ou quatro homens, surgem do nada (do nada não, de debaixo daquela montoeira de papelão e madeira!), e me perguntam o que eu estou fazendo invadindo e mexendo na casa deles.

Gelei.
Começo a recuar, tentando explicar que estava ali a trabalho, que não procurava por ninguém, e pensando "como está longe essa porta de entrada. Seja esperta. Corra enquanto pode". Do lado de fora, escuto carros freando bruscamente, próximo ao local. Meu instinto não sei porque pensou : "é a polícia, ficarei bem". Policiais então entram na casa, nervosos, recolhendo as pessoas que estavam ali escondidas, invadindo aquela casa. Começaram a arrastar TODAS as pessoas, incluindo essa que lhes escreve. Comecei a tentar explicar que não era mendiga (olha o nível da situação!), que estava ali a trabalho, mas a policial que me segurava não queria saber de conversa.

Continuei repetindo minha história, quando, por sorte minha, uns dos policiais presente no local havia me recebido no dia em que deixei as autorizações para as filmagens no posto de trabalho dele. Ele acabou me reconhecendo e confirmando que eu deveria estar ali só a trabalho realmente. Agradeci, corri de volta para casa agradecendo por não ter acontecido nada pior. A porta? Bem, acabei não arranjando porta nenhuma. Por coincidência, ao irmos filmar na casa da Carol, encontramos uma dentro de uma caçamba. Se não fosse por isso, lá estaria eu novamente atrás de uma outra porta. E torcendo para não entrar em outra fria, como aquela de filmar no estacionamento dos mafiosos lá na Treze de Maio.

Mais isso já é outra história...

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postado por Aleksandra Pereira às 10:50 AM |


8 Comentários:


At sexta-feira, maio 16, 2008 11:12:00 AM, Anonymous Anônimo 

É Lek, lembrava esses dias daquela viagem para Avaré, pro JUCA, lembra? Que a gente descia as escadas conversando, e tu deu a maior cotovelada na cabeça de um rapaz que estava namorando, e depois passou o resto da viagem jururu, "pô, eu machuquei o cara"!

Lembra?

Beijo

At sexta-feira, maio 16, 2008 11:38:00 AM, Anonymous Anônimo 

Na verdade, não é o pessoal d'A Grande Abóbora, pois meu blog é escrito só por mim =)

Tua participação já está contabilizada.

At quarta-feira, maio 21, 2008 5:50:00 PM, Blogger BB 

Amadinha do meu coração,
Estava com saudades desse seu cantinho aqui, aprendi como vc a usar o Reader. Bom mesmo. Mas e quem disse que eu consigo ficar mesmo só como leitora depois de deletar o coitado do Santinho? Menina, a mão coça... Vc sabe disso! Ai, ai, ai... 20 mil horas de terapia para curar esse vício... kkkkkkk Então, bloguito novo sendo avisado só para os muito queridos... Sem sitemeter! kkkk
http://estendendoluzes.blogspot.com
E vc? Como vai tudo? Mande notícias please.
bjk!
Ex-Santinha, atual BB... Ah, coitada, ainda por cima com múltiplas personalidades. Hehehe.

At sexta-feira, maio 23, 2008 5:04:00 PM, Blogger Aleksandra Pereira 

Oi, minha linda!
Mudar é bom, e eu gostei, espero que esteja gostando da mudança que fizeste!
O reader me ajuda prá caramba, e fico sme perder o que rola de legal. O bloguinho é que tá meio paradinho, mas é que a correria com outras coisas está pegando!

beijo grande.

At domingo, maio 25, 2008 10:17:00 AM, Blogger TARCIO OLIVEIRA 

Oi Leleka
Sumir dos blogs dos amigos estimados também é um grande mico .... Eu andei sumido e me desculpo (talvez vc nem tenha percebido esta humilde ausência)e me justifico: é a velha falta de tempo para navegar na internet, falta cada vez mais crescente...
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Mas sempre saio feliz e grato quando visito teu blog, mesmo sem conseguir deixar um recadinho...
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Raimundo Pajeú manda beijos.
:)

At segunda-feira, maio 26, 2008 7:03:00 PM, Blogger Vivien Morgato : 

eu me lembro desses textos...deliciosos...!

At quinta-feira, maio 29, 2008 12:38:00 PM, Blogger Aleksandra Pereira 

Tárcio, meu querido,
claro que senti falta tua!
A vida tem dessas fases mesmo. Eu também estou por cá só de vez em quando agora, ou por estar sem vontade de postar, ou simplesmente pela correria da vida. Mas estou sempre lendo os amigos, matando saudades, e eifco muito feliz de saber de ti!

beijo grande procê e Raimundo.

At quinta-feira, maio 29, 2008 12:39:00 PM, Blogger Aleksandra Pereira 

E não é que hoje sinto a miaor falta de passar por micos desses, querida Vivien?

Preciso me divertir mais (tirar sarro de mim)

Beijo grande.



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