sexta-feira, fevereiro 22, 2008
Rosnava convencido sentindo-se o rei da selva quando se deu conta que, mesmo com todas as coelhinhas do mundo, ainda amava aquele rabo-de-cavalo.

Seguiu seu rastro feito cachorro mas ela, rápida como cobra sinuosa na areia, sumiu do alcance de seus olhos de águia.

E ele que antes lagarteava ao sol em uma vida besta agora esgueirava-se pelas paredes, frio, vigilante, trocando dias por noite ao piar suas lamúrias.

A encontrou tempos depois, linda, esguia e pintada ao lado de um conhecido pavão que, de peito estufado, exibia a gata como em uma importante competição de raças.

"Eu nem queria mais mesmo!" - ele disse, colando no rosto um sorriso de hiena. Voltou para casa em passos de tartaruga e com o rabo entre as pernas, zurrando ao vento palavras sem sentido. Burro.



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postado por Aleksandra Pereira às 4:20 PM |


4 Comentários:


At segunda-feira, fevereiro 25, 2008 7:38:00 AM, Anonymous Anônimo 

Somos uns belos e envaidecidos animais, minha nega, pavoneando-nos como donos da verdade, ou de alguém. E o que é que temos realmente?

Besos

At terça-feira, março 04, 2008 10:56:00 AM, Blogger Denis Barbosa Cacique 

Olá, Aleksandra. Como vai?
Impressão minha ou vc fez, no domingo, um passeio ao zológico? Desconfio que tirou das jaulas sua inspiração pra compor esse texto, que me fez lembrar aquele conto infantil... "festa no céu". Conhece?
Abraços!

At terça-feira, março 04, 2008 3:36:00 PM, Blogger Aleksandra Pereira 

Olá, Denis!
O melhor zoológico para inspirar a gente, no melhor sentido (ou não!) é simplesmente sair à rua e olhar as pessoas.

Quanto ao conto, não conheço, ou não me lembro, mas vou procurar conhecer, pode deixar, adoro quando curtem as minhas estórias, mas adoro mais ainda quando me indicam outras tantas!

Beijo grande.

At quarta-feira, março 12, 2008 2:18:00 PM, Blogger Vivien Morgato : 

tudo inspira,mas nem todo mundo produz com sua qualidade.;0)



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