Educado, lindo e cheiroso. Bruno seria o homem perfeito para Wanda, se não fosse por um importante defeito: namorava Doralice, amiga - a melhor -, de Wanda.
Wanda não se apaixonara pelo rapaz por cobiça, nem mesmo por querer. Foi uma paixão dessas não procuradas, mas que cercam a gente.
Com o tempo, as saídas das amigas vão rareando, para tristeza de Doralice. Sempre saíram juntas, com seus respectivos pares em noites de casais ou simplesmente uma acompanhando o casal amigo.
Mas como Wanda poderia lhe explicar o embaraçamento, a vermelhidão nítida na face ante o sorriso franco de Bruno ou quando, por cordialidade, Bruno lhe perguntava se queria alguma coisa, Wanda só pensava em lhe entregar a alma, o coração e o corpo, não necessariamente nessa ordem?
Wanda decide inventar uma viagem, esquecer Bruno e assim não magoar ninguém. Diz estar indo "em busca da felicidade", onde quer que ela esteja.
Longas e chorosas são as despedidas, curtas são as necessárias explicações.
No avião, Wanda fecha os olhos, tentando controlar a saudade, o choro e o medo em voar. Pede a Deus para que chegue bem, que realmente encontre a felicidade nessa viagem ou que, estafado, o Tom Cruise resolva aparecer lá por Aruba.
Alguém senta-se ao seu lado, e para surpresa de Wanda e talvez por uma grande mão do destino, era Bruno.
Aturdida, encantada, boba mesmo, entre tropeços e palavras começadas, Wanda consegue perguntar o que ele faz ali, ao que ele responde:
- Não podia deixar a minha felicidade escapar.
E, com o mais aberto dos sorrisos, lhe sorri.
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