segunda-feira, janeiro 16, 2006
84, Charing Cross Road
ou “Nunca te vi, sempre te amei”.

A madrugada do último domingo me trouxe a satisfação de rever esse filme. Talvez ele não entre em listas de Grandes Filmes, ou seja classificado por muitos como em categoria semelhante a dada ao “Tarde demais para esquecer”, fita homenageada em “Sintonia de Amor”: um filme para mulheres.

Que seja. Adoro esse filme, por duas excelentes razões:

1. LIVROS.
Por causa e através deles, duas vidas tão diferentes e tão fisicamente distantes se aproximaram: a da escritora e roteirista americana Helene Hanff, e a do livreiro inglês Frank Doel, casado e pai de duas filhas.
Todo o universo de amor aos livros, aos bons títulos, a verdadeira garimpagem que Frank fazia para ter sempre o de melhor para oferecer, o sabor com que Helene recebia sua encomenda de livros usados, outrora ofertados, alinhavados, por outros transportados, queridos.

2. ANNE BANCROFT.
Todo o elenco é ótimo: Anthony Hopkins, Jude Dench, Mercedes Ruehl. Mas como guardo carinho e consideração por essa atriz!

Anne iluminou todos os filmes nos quais atuou, mesmo quando só fazia pequenos papéis nos filmes do marido Mel Brooks.

A Helene Hanff real preferia biografias, e para reforçar sua predileção citava uma frase, não recordo agora o autor, ao dizer “Nunca me interessei por coisas que nunca aconteceram, pessoas que nunca viveram”. Bem diferente do trabalho de um ator, que quase sempre em seu ofício representa personagens que não nasceram da vida, mas do papel, algo que Anne fazia esplendidamente.

E quando, nos melhores momentos metalingüísticos do filme, Helene rompia a 4ª parede ao se dirigir a nós, espectadores? As palavras eram suas, mas o tom, o olhar, a graça, eram Anne Bancroft.

Como é triste pensar em pessoas que admiramos conjugando agora os verbos no passado! Não sei se a Anne Bancroft da vida era a mesma impressa nas películas, através de suas mais diversas interpretações. Mas podem procurá-la lá, nas fitas. Anne se mostrará inteira, entregue e soberana. Para sempre.

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postado por Aleksandra Pereira às 2:56 PM |


3 Comentários:


At quinta-feira, janeiro 19, 2006 5:36:00 PM, Anonymous Anônimo 

ESTE Á UM RECADO a todos os que participaram, de algum modo, em minha história no mundo dos blogs. Alguns têm minha admiração e carinho (embora virtuais) mais intensos, naturalmente. Entretanto, a todos os que caminharam comigo por todo este tempo no Vertentes de Mim, mesmo que tenha sido somente algumas quadras, têm grande valor, pois, relendo alguns antigos comentários, tenho ótimas lembranças. ESTOU REPUBLICANDO alguns textos no Vertentes de Mim, o que deverá acontecer até começo de abril, quando o blog completa seu primeiro ano no ar. E você está sendo convidado a relembrar (o conhecer o que ainda não leu) parte dessa história. UM BEIJO EM SEU CORAÇÃO!!!!!

At domingo, janeiro 22, 2006 1:36:00 AM, Blogger Andréa 

Eu também AMO esse filme. Sinto falta das cartas de papel. Ainda faço uso delas, mas raras são as vezes em que alguém as manda de volta pra mim...

At domingo, janeiro 22, 2006 1:37:00 AM, Blogger Andréa 

Ah, e também adorava a Anne Bancroft...



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