Justiça. Notícias diárias de evasão de divisas e lavagem de dinheiro, descaso com a saúde pública e a educação. Enquanto assassinos confessos e corruptos notórios respondem em liberdade por seus crimes, Dona Iolanda Figueiral, uma senhora de 79 anos, está presa na Penitenciária Feminina de Taubaté. Não come, não dorme, só chora, deprimida. 79 anos, 35 quilos, doente terminal de câncer no ovário e no intestino.
Os médicos lhe dão 6 ou 8 meses de vida, mas foi condenada a 4 anos de prisão por porte de drogas.
Dona Iolanda nega, alegando que a cocaína foi jogada em seu terreno pouco antes da chegada da Polícia, quando ela e seu filho forma presos. Uma casa simples, sustentada com a aposentadoria de pouco mais de R$ 300,00 da ex-bóia-fria.
Não entro aqui no mérito da questão e considerar que ela possa estar mentindo. Mas se a justiça é igual para todos, por que soltar os irmãos Cravinhos, por exemplo, e não conceder o mínimo de relaxamento na pena, ou a possibilidade de responder em liberdade para essa senhora que, fora o estranho flagrante da droga, nada mais pôde ter comprovado contra sua pessoa?
Não podemos esperar, acomodados, que a justiça se faça. Inocente ou não, se a justiça existe, que seja a mesma para todos, sem distinção de sexo, cor, situação financeira.
Só que nesse Natal, uma senhora doente perdeu o direito de passar as festas com seus 4 filhos, 15 netos e 15 bisnetos. A única coisa que ela pede, é que possa morrer perto dos seus.
Poderia ser nossa avó, nossa mãe.
Poderia ser eu. Ou você.
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