quarta-feira, fevereiro 01, 2006
IDENTIDADE
- Ele nunca quis saber da gente?
- Quem?
- Fernando. Nosso meio-irmão. Nunca procurou vocês, nunca quis saber como era o restante da família?
- Não sei. Acho que não. Vai ver nem sabe de nós, do jeito que conheço nosso pai...
- Não é mesmo difícil. (...) Mas você nunca ficou curiosa em saber como ele é, depois de todos esses anos?
- Não mesmo. Por mais que eu saiba que ele não tem culpa pelos erros do pai, olhar pra ele me faria sempre lembrar de tudo, que ele mesmo sem querer tem parte na separação de nossa família.
- ...
- Tá legal.
- O quê?
- É claro que eu penso nele. Todos os dias. Sabe de uma coisa que eu faço sempre que saio na rua? Fico olhando os caras com mais ou menos a nossa idade, vendo se reconheço neles alguma semelhança com o papai. Acho que no fundo o que procuro mesmo é me reconhecer neles.
- Procurando respostas?
- É. Pode ser. Muita coisa deixou de ser dita.

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postado por Aleksandra Pereira às 3:57 PM |


3 Comentários:


At domingo, fevereiro 05, 2006 1:33:00 PM, Anonymous Anônimo 

Ô vida essa, que mais parece jogos de sedução: escondemos mais do que mostramos, calamos mais do que falamos, às vezes odiando mais do que amando, aquilo que nós amamos.

bj

At segunda-feira, fevereiro 06, 2006 9:00:00 AM, Anonymous Anônimo 

Olá Ale
Que bom saber que estamos tão perto um do outro!
Abraços

At terça-feira, fevereiro 07, 2006 4:23:00 PM, Blogger Andréa 

Muito interessante. Descobertas na familia sao uma viagem. Deixa todo munto de saia justa geralmente, mas as vezes pode ser tambem muito divertido.



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