Breno põe a mão esquerda sobre o balcão. Estefânia repara na aliança.
- Você é casado! Por que é que eu nem fico mais admirada?
- Íamos passar a semana juntos, só nós dois.
Breno vê que Estefânia só olha para sua aliança. Tira a mão, disfarçando, tenta tirar do dedo, enquanto ela o observa, inquisidora.
- Os filhos longe, as coisas todas resolvidas...
Depois de muito tentar, Breno consegue retirar a argola dourada. Começa a rir, envergonhado, analisando a aliança na mão.
- O que foi? Qual é a graça?
- Nós nunca nos casamos de verdade, sabe? Mas a minha aliança com ela sempre esteve nesse dedo. Pra ela, e ninguém mais.
- E no quê isso é engraçado?
- É que me ocorreu que nunca havia tirado essa aliança do dedo em trinta e cinco anos.
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